3.2.15

OS ERROS NOS LEVAM AOS ACERTOS

 
 
OS ERROS NOS LEVAM AOS ACERTOS.
Essa é uma história verídica, conhecida por poucas pessoas.
Foi em meados do ano de 2008 ou 2009, eu era um cara impulsivo, inseguro, porém um pouco conformado com a vida, que tinha um projeto em mente, mas que não sabia como executá-lo, e quanto mais eu tentava, mais eu errava.
Lembro que eu estudava na UNISINOS, em São Leopoldo-RS, objetivando minha formação em Direito, profissão que me criei observando e que instintivamente já estava na minha cabeça. Mas faltava algo, alguma motivação, algo que me abrisse a mente, que me fizesse enxergar além do horizonte social que formamos no nosso dia-a-dia. Eu sabia que existia “algo a mais”, mas não sabia o que, tão pouco entendia o que isso poderia significar.
Em um dia de outono, em um dos raros dias em que eu frequentava a universidade durante o período da tarde, resolvi ir até a biblioteca fazer algumas leituras jurídicas, nada em especial, mas algo que fizesse o tempo passar mais rápido.
A biblioteca da UNISINOS, para quem não conhece, tem um rigoroso controle de organização de livros, onde o Direito tem um andar inteiro do prédio só para ele, os outros eram compartilhados nas diversas áreas que a universidade explorava, e existem inúmeras mesas para estudos espalhadas em cada andar, que estão em constante limpeza, sendo raro ver algum livro “perdido” em alguma mesa.
Pois bem, como bom aspirante a jurista fui direto ao andar do Direito, procurar uma leitura de direito previdenciário ou do consumidor, porém, vasculhando as prateleiras muito bem organizadas, de uma biblioteca literalmente vazia naquele momento, encontrei um livro sobre uma mesa. Apenas o livro e eu na biblioteca.
Olhei em direção ao guichê dos bibliotecários, onde sempre estão os mesmos, e não havia ninguém. Achei estranho, pois a organização sempre me chamara a atenção, mas fui ver que livro era.
Para minha surpresa o livro era “O diário de um mago” do escritor Paulo Coelho. “Paulo Coelho, aqui?” – pensei, ao me dar conta de que um livro de literatura NUNCA entraria na ala de livros do Direito.
Para mim, até aquele momento, Paulo Coelho era um nome conhecido, mas mais pelas críticas, do que pela literatura. Mas como eu estava com tempo livre e não havia achado nenhum livro jurídico que me chamasse a atenção, resolvi dar uma “olhada” naquele livro de literatura.
Sentei em uma das mesas, ainda sozinho na biblioteca, e comecei a virar as páginas. Uma após a outra. E aquele livro foi me invadindo, me tomando, me surpreendendo, pois a identificação foi imediata. Um cara com um rumo que não sabia qual era, e que a vida foi revelando para ele.
Quando me dei por conta eu já estava há duas horas e meia com o livro na mão, e não recordo o motivo, se tinha algum compromisso ou algo do tipo, mas marquei a página que parei, levantei e fui direto ao guichê retirar aquele livro para terminar a leitura em casa. O atendente me olhou com certa estranheza, perguntando “como eu havia conseguido entrar com aquele livro ali”. Eu respondi que ele já estava ali, eu só queria retirá-lo. Com um olhar de confusão e um pouco de sarcasmo, por eu estar com um milhão de livros de Direito ao meu redor e retirar um de literatura, o mesmo me olhou e disse “vai ver ele estava te esperando ali”. Isso me trouxe um arrepio dos calcanhares até o pico da minha espinha.
Será? – Até hoje me repito isso.
Eu li esse livro, e o horizonte que eu não vislumbrava se revelou diante de mim. Tudo ficou muito claro, e pela primeira vez na minha vida eu tinha certeza de que não saber a resposta, é a resposta certa. Naquele dia, eu aprendi que os erros são necessários, para nos levar ao que buscamos em vida, que o certo pode ser errado, pois o ponto de vista pode ser outro, e o importante é aguardar o revelar das coisas. Cada dia que passa eu tenho mais certeza disso, pois tudo o que sofri no passado, julgando estar fazendo a coisa certa, hoje se revela necessário para que eu valorize cada vez mais o que conquistei. Os erros me levaram aos acertos. PENSE NISSO.
Bom, para finalizar, vou contar o que aconteceu após a leitura desse livro. Eu li todos os outros livros do Paulo Coelho, falei com ele, trocamos ideias. Foi uma experiência única. Mas eu não parei por aí, li outros livros de impacto pra mim, por exemplo, o livro “A cabana” de William Paul Young, autor o qual também tive o prazer de conversar, entre outros, como Deepak Chopra, John Grogan (Marley e eu) e Augusto Cury.
Conversar e trocar experiências com autores desse porte me fez ver as coisas de outra forma, me deu a real noção de desejar o imprevisível, pois tudo que eu consegui de mais importante na minha vida veio de um momento em que eu não sabia o que fazer.
Então, se aqui eu posso deixar alguma mensagem para os leitores que aqui fazem presença, é que não se desesperem se um plano não está andando, ou se um projeto está parado. A vida vai se revelar pra você, pois existe algo no universo esperando ser encontrado por você. Deseje o imprevisível, comemore o momento atual, as coisas que você tem, as pessoas que estão com você, não viva sua vida apenas atrás de um objetivo, SEJA O SEU OBJETIVO.
 
 

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