5.2.15

ASSEDIO MORAL - Palestra

(Abaixo segue o Link da palestra no Youtube)
 
A PGE, por meio da Comissão de Direitos Humanos e da Procuradoria de Informação, Documentação e Aperfeiçoamento Profissional, em parceria com a Associação dos Procuradores do Estado (Apergs) e o Sindicato dos Servidores da PGE (Sindispge), promoveu palestra sobre Assédio Moral no dia 25 de outubro, no auditório do Centro Administrativo do Estado.

O palestrante advogado André Souza da Silveira assegurou que assédio moral é um grande problema social, podendo começar na juventude e perdurar a vida inteira para a vítima. Esse tipo de ação, conhecida também como ‘terrorismo psicológico', é marcada por gestos e palavras humilhantes e se desenvolve com o tempo, de forma reiterada e sistemática, conforme a vítima vai se omitindo.

De acordo com Dr. André, a ação pode acontecer de três maneiras: "o mais comum é chamado Assédio Moral Vertical, quando o agressor ocupa cargo superior ao da vítima na hierarquia da empresa. Há também casos de disputa entre colegas, o chamado Assédio Moral Horizontal. E, embora mais raro, também existe casos em que o agressor está num nível hierárquico abaixo da vítima, o conhecido ‘puxa-tapete', onde geralmente há a intenção de tomar o seu lugar ou afastá-lo da posição, é o Assédio Moral Ascendente". Além disso, de acordo com o advogado, há uma pesquisa que mostra que a maioria das vítimas têm entre 40 e 50 anos, são negras, mulheres e portadoras de necessidades especiais, além de serem os funcionários mais dedicados.

Utilizando a imagem de um ‘Dementador', personagem que ‘suga' as emoções na saga "Harry Potter", Dr. André disse que a ação ataca a integridade da vítima, que passa a apresentar sinais de dependência e submissão. "Sua capacidade de decisão acaba, ela é excluída do meio, perde o amor-próprio e a auto-estima é seriamente afetada", lamenta. Situações como essa desenvolvem, ao longo do tempo, quadros de depressão, isolamento e em casos extremos, até suicídio. Além do emocional, apresenta também sintomas físicos, como emagrecimento, enxaquecas, tremores, hipertensão, crises de choro, dores generalizadas, insônia ou sonolência excessiva e até a perda da libido. De acordo com dados do Ministério da Previdência, afastamentos decorrentes de transornos mentais, doenças do sistema nervoso, digestivo e de pele recorrentes de situações de assédio moral são frequentes. "O assédio moral é uma violação de direitos fundamentais - dignidade humana, honra, igualdade e integridade física e moral - prevista na Constituição e causa danos permanentes", lembrou Dr. André.

Segundo ele, algumas estratégias devem ser adotadas quando a pessoa perceber que está sendo vítima. "Procurar não falar sozinho com o assediador, buscar orientação com o superior ou com o próprio sindicato e procurar atendimento especializado. Além disso, fazer um diário com todos os detalhes auxilia para fins de denúncia, e até mesmo gravação das conversas já é assegurada pela Justiça nestes casos", ressaltou Dr. André.



Palestra sobre Assédio Moral Dr. André Silveira

3.2.15

OS ERROS NOS LEVAM AOS ACERTOS

 
 
OS ERROS NOS LEVAM AOS ACERTOS.
Essa é uma história verídica, conhecida por poucas pessoas.
Foi em meados do ano de 2008 ou 2009, eu era um cara impulsivo, inseguro, porém um pouco conformado com a vida, que tinha um projeto em mente, mas que não sabia como executá-lo, e quanto mais eu tentava, mais eu errava.
Lembro que eu estudava na UNISINOS, em São Leopoldo-RS, objetivando minha formação em Direito, profissão que me criei observando e que instintivamente já estava na minha cabeça. Mas faltava algo, alguma motivação, algo que me abrisse a mente, que me fizesse enxergar além do horizonte social que formamos no nosso dia-a-dia. Eu sabia que existia “algo a mais”, mas não sabia o que, tão pouco entendia o que isso poderia significar.
Em um dia de outono, em um dos raros dias em que eu frequentava a universidade durante o período da tarde, resolvi ir até a biblioteca fazer algumas leituras jurídicas, nada em especial, mas algo que fizesse o tempo passar mais rápido.
A biblioteca da UNISINOS, para quem não conhece, tem um rigoroso controle de organização de livros, onde o Direito tem um andar inteiro do prédio só para ele, os outros eram compartilhados nas diversas áreas que a universidade explorava, e existem inúmeras mesas para estudos espalhadas em cada andar, que estão em constante limpeza, sendo raro ver algum livro “perdido” em alguma mesa.
Pois bem, como bom aspirante a jurista fui direto ao andar do Direito, procurar uma leitura de direito previdenciário ou do consumidor, porém, vasculhando as prateleiras muito bem organizadas, de uma biblioteca literalmente vazia naquele momento, encontrei um livro sobre uma mesa. Apenas o livro e eu na biblioteca.
Olhei em direção ao guichê dos bibliotecários, onde sempre estão os mesmos, e não havia ninguém. Achei estranho, pois a organização sempre me chamara a atenção, mas fui ver que livro era.
Para minha surpresa o livro era “O diário de um mago” do escritor Paulo Coelho. “Paulo Coelho, aqui?” – pensei, ao me dar conta de que um livro de literatura NUNCA entraria na ala de livros do Direito.
Para mim, até aquele momento, Paulo Coelho era um nome conhecido, mas mais pelas críticas, do que pela literatura. Mas como eu estava com tempo livre e não havia achado nenhum livro jurídico que me chamasse a atenção, resolvi dar uma “olhada” naquele livro de literatura.
Sentei em uma das mesas, ainda sozinho na biblioteca, e comecei a virar as páginas. Uma após a outra. E aquele livro foi me invadindo, me tomando, me surpreendendo, pois a identificação foi imediata. Um cara com um rumo que não sabia qual era, e que a vida foi revelando para ele.
Quando me dei por conta eu já estava há duas horas e meia com o livro na mão, e não recordo o motivo, se tinha algum compromisso ou algo do tipo, mas marquei a página que parei, levantei e fui direto ao guichê retirar aquele livro para terminar a leitura em casa. O atendente me olhou com certa estranheza, perguntando “como eu havia conseguido entrar com aquele livro ali”. Eu respondi que ele já estava ali, eu só queria retirá-lo. Com um olhar de confusão e um pouco de sarcasmo, por eu estar com um milhão de livros de Direito ao meu redor e retirar um de literatura, o mesmo me olhou e disse “vai ver ele estava te esperando ali”. Isso me trouxe um arrepio dos calcanhares até o pico da minha espinha.
Será? – Até hoje me repito isso.
Eu li esse livro, e o horizonte que eu não vislumbrava se revelou diante de mim. Tudo ficou muito claro, e pela primeira vez na minha vida eu tinha certeza de que não saber a resposta, é a resposta certa. Naquele dia, eu aprendi que os erros são necessários, para nos levar ao que buscamos em vida, que o certo pode ser errado, pois o ponto de vista pode ser outro, e o importante é aguardar o revelar das coisas. Cada dia que passa eu tenho mais certeza disso, pois tudo o que sofri no passado, julgando estar fazendo a coisa certa, hoje se revela necessário para que eu valorize cada vez mais o que conquistei. Os erros me levaram aos acertos. PENSE NISSO.
Bom, para finalizar, vou contar o que aconteceu após a leitura desse livro. Eu li todos os outros livros do Paulo Coelho, falei com ele, trocamos ideias. Foi uma experiência única. Mas eu não parei por aí, li outros livros de impacto pra mim, por exemplo, o livro “A cabana” de William Paul Young, autor o qual também tive o prazer de conversar, entre outros, como Deepak Chopra, John Grogan (Marley e eu) e Augusto Cury.
Conversar e trocar experiências com autores desse porte me fez ver as coisas de outra forma, me deu a real noção de desejar o imprevisível, pois tudo que eu consegui de mais importante na minha vida veio de um momento em que eu não sabia o que fazer.
Então, se aqui eu posso deixar alguma mensagem para os leitores que aqui fazem presença, é que não se desesperem se um plano não está andando, ou se um projeto está parado. A vida vai se revelar pra você, pois existe algo no universo esperando ser encontrado por você. Deseje o imprevisível, comemore o momento atual, as coisas que você tem, as pessoas que estão com você, não viva sua vida apenas atrás de um objetivo, SEJA O SEU OBJETIVO.
 
 

20.1.15

PARALELOS QUE SE CRUZAM

PARALELOS QUE SE CRUZAM

O ano, 2015. O sentimento, indignação? Vergonha? Nenhum desses. É cansaço. Muito cansaço. Estamos imóveis perante muitas coisas, e não há forças para reagir.

Em outubro de 2014 o povo foi às urnas, e, ao que parecia – como parece em toda eleição – teríamos um novo horizonte pela frente, com as riquezas de nosso país finalmente retornando aos seus cidadãos. Eram os vermelhos contra os azuis. Uma disputa política, ideológica, rodeada de desconfiança, ataques, brigas e ofensas, até de pessoas que nem sabem muito bem o que significa a sigla de seu partido.

Os vermelhos venceram. Mais quatro anos no poder, mas havia algo diferente, havia um discurso de continuidade, mas o discurso não era para os cidadãos brasileiros, aqueles que levantam as seis da manhã e vão trabalhar amarrotados, lutando por vitórias pessoais que o façam ser alguém importante para si e para sua família. Não era pra esse cara.

A luta eleitoral vencida pelos vermelhos era patrocinada, havia um número infinito de camisas diferentes por baixo do manto vermelho-estrelado. Camisas de empresas, empresários, latifundiários, fazendeiros e etc. A vitória veio, mas não veio para aquele pobre coitado que recebe o bolsa-família, nem pro malandro que também recebe o bolsa-família. A vitória veio para quem conta dólares nas praias do Caribe. Veio para quem olha o esplendor das capitais do alto de suas coberturas. Veio para aqueles que não fazem parte desse nosso “joguinho” de gato e rato entre as despesas e nossos salários.

Então eu me pergunto, se o discurso era que os azuis eram os riquinhos, que iriam tirar direitos e aumentar custos, o que são os vermelhos? Pois eu vejo acontecer exatamente o que os “outros” fariam.

Cidadão de bem, assim como eu, que acorda e arruma forças pra enfrentar um dia inteiro de trabalho, injustiças, calor e ainda paga impostos astronômicos, não se engane mais, na política todos são paralelos que se cruzam – assim como aquela música do Engenheiros do Hawai -, e nesse cruzamento, os valores negativos se equivalem e só há um vencedor. E não é você. E nunca será.


Enquanto reflete sobre isso, já vá fazendo os cálculos para o próximo mês, mais impostos e reajustes a nosso desfavor virão. Esse é o Brasil.

André Silveira