10.8.09

O vianjante subjetivo - CAPITULO IV

CAPITULO IV

A CAMINHO DO EQUADOR – PARTE II


Após começarmos a conversa o velho se apresentou:

- Meu nome é Paulo Silva, escritor, e você como se chama??

- meu nome é Marcos, agora sou um viajante, perdi meu emprego, estou me aventurando.

O velho com uma cara de espanto me olhou no fundo dos olhos e sussurou:

- eu sabia, você me chamou a atenção quando sentou ao meu lado – e virou-se pensativo.

Eu sem perder tempo indaguei o homem:

- desculpe-me senhor, mas o que quis dizer? Por acaso me conhece?

O velho me olhou e com algumas lágrimas nos olhos disse:

- meu amigo, vejo em você minha imagem há 20 anos atrás, é inacreditável, explicarei melhor, contando-lhe minha história – então o velho começou seu discurso – eu era um homem decidido na vida, tinha emprego, casa, amigos, tudo o que precisava, mas minha cabeça clamava por algo, não sabia o que era, como se minha alma estivesse incompleta, não tem como explicar, então num belo final de semana meu mundo virou de pernas para o ar, meu emprego numa grande empresa foi-se, tão rápido quanto meus “amigos”, quase entrei em depressão, mas levantei a cabeça e decidi ir atrás dessa parte de mim que falta, então por lances do destino comecei a viajar pelo mundo, conheci muitos lugares, mas ainda estou em busca desta minha parte, e então vejo você, com a mesma história, logo pensei: é o destino meu amigo.

Ao terminar o velho voltou-se para a janela do avião e pô-se a pensar, como se buscasse uma razão para aquilo tudo, mas era muita coincidência, eu estava espantado e com medo, de virar um velho em busca de uma coisa que pode nem existir, mas de repente o velho vira-se novamente para mim e com um sorriso no rosto me faz uma pergunta:

- estou certo de que sente o mesmo que eu, não é? Sonhei com este encontro, por incrível que pareça.

Logo respondi que sim e que justamente buscava respostas para mim mesmo, foi quando aquele homem sofrido, de roupas simples me perguntou:

- posso lhe acompanhar ao seu destino? Sinto que precisamos de um ao outro.

No inicio achei uma loucura, pois não sabia nem pra onde iria e ainda teria que levar um velho comigo, mas algo me dizia, como sempre, que aquilo poderia ser o destino e que deveria levar aquele homem comigo.

- sim, claro, mas e o senhor conhece Quito?? – perguntei para confirmar se a loucura que estava fazendo estava certa.

O velho muito calmamente responde:

- Claro que sei meu amigo Marcos, foi pra cá que fiz minha primeira viagem, coincidência não?

Aquilo soou como uma bala passando por dentro de mim, a emoção foi grande. Só podia ser o destino, não havia outra explicação, tinha certeza mais do que nunca que devia continuar minha busca, e que eu estava no caminho certo.

Continuamos conversando, dormimos, comemos, enfim, aguardamos a chegada do avião à Quito, após uma escala em Cuzco no Peru. Logo o comissário avisa que pousaríamos em breve na capital do Equador, Quito, segurei-me forte na poltrona e senti uma sensação impar quando o avião pousou, senti-me um pouco mais completo.

O aeroporto Aeroporto Internacional Mariscal Sucre de Quito era bem estruturado, era diferente, era do que eu precisava, paisagens novas, coisas novas para conhecer. Eu e Paulo seguimos para tomar um café em uma cafeteria por alí mesmo, que com certeza serviram o melhor pão de queijo que comi na minha vida, algo surreal.

Paulo conhecia a cidade como a palma de sua mão, e disse que precisaria me levar à um lugar antes de irmos à um hotel que ele já havia reservado, então pegamos um taxi e seguimos ao encontro do lugar este.

Chegando lá, Paulo, orgulhoso e com um sorriso de fora a fora do rosto, me aponta um monumento maravilhoso, rodeado de bustos esculpidos por algum artista muito talentoso, em meio a um jardim de grama verde e vegetação nativa, e com o fundo decorado por uma montanha maravilhoso coberta até a metade por nuvens. Entao o velho exclamou:

- Bem vindo Marcos, La Mitad del Mundo (a metade do mundo).

A metade do mundo - Quito

E a aventura continua.....aguardem!!!

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